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Alma de um VagaMundo

segunda-feira, março 14, 2005

Mérida 

Deixando Portugal para trás eis que chegamos a Mérida, a capital da Extremadura. Mas Mérida é bem mais do que isso, ou deverei dizer Emérita. Pois é, Emérita foi a capital da Lusitânia na Época do Imperador Augusto. As maiores cidades lusitanas eram, as actualmente portuguesas, Aeminium (Coimbra), Conimbriga (Condeixa o Velha), Scallabis (Santarém), Olisipo (Lisboa), Ebora (Évora), Pax Julia (Beja), Ossonoba (Faro) e, as actualmente espanholas, Salmantica (Salamanca), Norba (Cáceres) Metellinum (Medellín) e a já mencionada capital Emérita.

Não preciso portanto de dizer, que Mérida é uma cidade com uma enorme riqueza cultural, onde é possível encontrar algumas das mais bem preservadas ruínas romanas do tempo da província hispânica, sobre o controle de Roma.



Iniciamos a nossa visita com o Templo de Diana, que é bastante semelhante ao que podemos encontrar em Évora. A grande diferença é o seu estado de preservação. Muito melhor do que o seu homónimo português, e também consideravelmente mais completo. Este templo é um dos edifícios mais antigos da cidade e é o único exemplar da arquitectura religiosa romana que tem perdurado em Mérida. Supõem-se que foi construído no final do século I a.C. ou no inicio do século I d.C. Podem ainda ver-se restos do palácio do Conde de los Corbos, de gosto renascentista.



A seguir, decidimos “vagamundear” um pouco pelas ruas e ruelas de Mérida, para assim sentir um pouco da cidade. Acabamos por desembocar na praça principal (onde é o Ayuntamiento) onde uma simpática feira da livro nos esperava. Oportunidade perfeita para se comprar um livrinho de Tapas, para mais tarde nos ser possível reinventar umas guloseimas espanholas. E bem que desejamos ter a nossa cozinha ali à mão quando nos serviram o almoço... podia ter sido pior, mas não teria sido fácil. Em vez de recomendar um restaurante, recomendo que levem umas belas de umas sandes de casa.



Depois da experiência gastronómica, menos positiva, caminhamos rumo ao nosso bem conhecido Rio Guadiana. Pelo caminho passamos por um simpático jardim, onde é possível ver uma homenagem à cidade de Mérida, pelas suas homónimas mexicana e venezuelana.



E eis que nos pregaram uma partida. Olhamos para a frente e vemos a famosa loba Romana, a fazer de decoração numa das rotundas da cidade. Contava vê-la em breve, mas não tão em breve. De qualquer das formas é uma imagem bonita, com a Alcáçova como pano de fundo. Como nota vos digo que a alcáçova é o único edifício muçulmano que se conservou até aos nossos dias em Mérida. Os principais objectivos que motivaram a sua construção foram os de servir de protecção às frequentes revoltas dos emeritenses e a do controle das passagens através da ponte sobre o Guadiana.



Logo ali ao lado podemos ver a dita Ponte Romana. A ponte mede 792 m. de comprimento e 12 m. de altura em relação ao nível médio da água. A ponte passou a ser exclusivamente pedonal a partir de 1993 e é extremamente agradável cruzar o Guadiana por lá caminhando. Existem duas outras pontes romanas em Mérida, mas de menor dimensão. São elas a ponte romana sobre o rio Albarregas e a ponte romana da “alcantarilla” (esgoto).

Relativamente perto da ponte principal, podem encontrar a escavação arqueológica da Moreria, onde ao longo dos seus 12 000 metros quadrados de extensão podemos assistir à evolução urbanística e histórica da cidade (nas sucessivas fases históricas: romana, visigótica, islâmica, mediaval cristã, moderna e contemporânea).



De volta ao centro, fizemos ainda uma paragem junto ao Arco de Trajano, que se julga ter sido um acesso a um espaço sagrado que precederia um templo dedicado ao culto imperial, do qual se acharam vestígios na rua Holguín. Depois rumamos até ao ponto mais alto dos monumentos de Mérida. Falo do Teatro e do Anfiteatro Romano.

Mas por hoje o relato de Mérida fica por aqui. Até breve!

A. Narciso @ segunda-feira, março 14, 2005

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